sábado, 21 de junho de 2008

.#01 – a chave certa.

Vamos começar essa história num deserto.

Um deserto sem fim.

Um calor intenso que era cruel com os poucos humanos que ainda restavam nesse mundo. De longe via-se uma cena que já fazia parte da rotina naquele lugar. Um desses humanos, que já aparentava beirar os sessenta anos, com barba branca, vestindo trajes velhos e rasgados, acelerava sua motocicleta no deserto para fugir de dois AUTOMAKs armados que o perseguiam. AUTOMAKs eram andróides construídos pelos humanos há muito tempo atrás para serem seus leais servos. Mas, após o suposto alastramento de um vírus transmitido por um computador, eles foram todos infectados, passando a ignorar essa “lealdade” e se voltaram contra seus criadores. Por conta disso, eles têm se envolvido em guerras constantemente.

O humano levou um tiro na perna, perdeu o controle de sua moto e acabou capotando no deserto. Os AUTOMAKs estacionaram as motocicletas e se aproximaram daquele senhor ferido, que se rastejava na areia tentando fugir de qualquer maneira.
-Aonde você pensa que vai, velho? –disse um deles apontando seu revólver –eu sei que você tem a chave. Entregue-a para mim agora!
-Ela... ela não está comigo! Deixe-me em paz!
O outro AUTOMAK deu um chute na barriga do homem. Logo após, o levantou pegando-o pelo pescoço.

-Se não está com você, onde e com quem está?
O velho senhor olhou para o andróide e cuspiu sangue no seu rosto. Os AUTOMAKs de imediato começaram a distribuir pontapés nele, deixando-o inconsciente.
Eles vasculharam uma mochila que estava caída na areia e acharam dois pequenos pen-drives antigos. Em um deles havia a inscrição “Леон” e no outro “Алекс”.
-Velho mentiroso! Estava com ele o tempo todo! Mas como vamos saber qual é a verdadeira?
-Não sei, não entendo o que está escrito. Parece ser uma linguagem muito antiga e ela não consta nos meus dados. É melhor levarmos as duas.
Os AUTOMAKs já iam embora quando uma figura misteriosa trajando capacete e roupas escuras apareceu numa motocicleta atirando na direção deles. Um dos andróides foi destruído, mas o outro conseguiu escapar. Ela aproximou-se do que foi eliminado e pegou o pen-drive que estava em sua mão. Ao perceber que conhecia o homem idoso no chão, ela correu para acudi-lo.

-Oh, não! Vovô! O senhor está ferido!
-Nadja... é você? –balbuciou ele.
A pessoa tirou o capacete e revelou ser uma jovem garota de cabelos negros e curtos e olhos azuis. Mesmo aparentando ser uma pessoa muito forte, seu olhar revelava ser de alguém que já passou por muita tristeza.
-Eu sabia que não devia ter deixado o senhor sair sozinho do vilarejo! Por isso eu vim atrás de você.
-Tudo bem...eu sabia... que isso iria acontecer um dia...
-O que é isso que o andróide tinha pego? –disse ela mostrando o pen-drive.
-Isso é uma chave... vá até Babel 5 e entregue isso ao meu amigo Andrey... ele vai ativar um AUTOMAK para protegê-la...
-Um AUTOMAK? Como um AUTOMAK vai me proteger? Não foram todos infectados?
-Vá... você corre... perigo... aqui...

O avô de Nadja fechou os olhos e não disse mais nenhuma palavra. Ela o abraçou chorando muito, mas depois estendeu o seu corpo no chão e, obedecendo às ordens dele, partiu em sua motocicleta rumo a Babel 5. Sabia que não poderia levar o avô consigo até lá pelas condições em que ele se encontrava, pois certamente, de uma maneira ou de outra, morreria.
-Prometo que farei de tudo para saber quem fez isso com o senhor –murmurou Nadja com lágrima nos olhos.
O velho senhor, que transpirava muito por causa do calor intenso, conseguiu abrir os olhos mais uma vez, e, com a visão um pouco turva, disse ao tentar observar a neta que já estava longe dali:
-Só espero... que ela tenha pego... a chave certa...

Um comentário:

Anônimo disse...

Muitoooo bom!!!!!

Mas ae....a historia vai c diaria, semanal,mensal????

xD


abraços